OS SEGREDOS DO CORDÃO MARTINISTA
Pelo Amado Irmão Monte Cristo SI


Entre tantas e necessárias diferenças entre os diversos segmentos Martinistas ( Ordens, ritos e interpretações sobre a Tradição e a descendência Iniciática), há certos princípios e fundamentos que devem permanecer imutáveis, seja qual for a Obediência. Uma delas diz respeito as ferramentas Martinistas, os símbolos que invariavelmente representam em qualquer Templo e em qualquer Ordem ou grupo independente a mesma e única idéia.

O cordão é uma delas, utilizado em conjunto com os outros paramentos o cordão é o elo o símbolo que une o Iniciado ao seu Iniciador. Porém há um significado ainda mais profundo, ao qual podemos discorrer:

Não há dúvidas que embora em sua maioria o Martinismo seja Cristão não religioso, embora exista legítimos segmentos não Cristãos, a sua base filosófica é Judaica. Portanto é necessário ao estudante ter consciência que o Martinismo é uma mística Judaico-Cristã, pelo menos em tese.

Neste sentido é necessário sempre voltar-se ao Judaísmo e ao Cristianismo primitivo para se compreender alguns fundamentos da ritualística e da Tradição.

A citação bíblica de "um cordão triplo não se quebra facilmente" é interpretado por alguns estudiosos para referir-se aos três Patriarcas Hebreus- Avraham, Yitschac e Yaacov - cujas vidas formam uma corrente inquebrável que continua a existir até os dias de hoje na Religião Hegraica, tal qual a corrente ininterrupta que nos une desde nosso Venerável Mestre o Filósofo Desconhecido. Há além disto uma interpretação bastante forte que apresenta o cordão como um vínculo de amor conectando almas afins.

A origem deste cordão é o segredo do raio inicial da luz infinita do Criador através do Iniciador preenchendo os mundos material e espiritual. Este raio de luz, que continua a brilhar e iluminar toda a existência, é o vínculo de amor entre o Criador e Sua Criação, entre o Iniciado e seu Iniciador e o Iniciador deste.

A raiz da palavra mitsvá (mandamento), conforme explicada no Talmud hebraico, é "conectar junto". O cumprimento das Leis do criador é a tentativa de retornar o raio de luz a Origem, ou seja a Reintegração, conectando-nos e ao mundo em que vivemos à sua Fonte, sempre aprofundando nossa conexão de amor do Criador, de Yeschouá e aos Mestre do Passado.

O fenômeno do cordão com fios triplos revela múltiplas camadas de significado. A letra guimel, cujo valor numérico é três, tem a forma de um pé que caminha, representando, em níveis diferentes, a expressão do movimento dinâmico. Em relação a anjos, aos quais se refere como "aqueles que ficam em pé", refere-se aos homens como "aqueles que caminham": "E Eu o farei aquele que caminha dentre aqueles que ficam em pé" (Zecharyá 3:7).

Avraham, Yitschac e Yaacov , ou Iniciado, o Iniciador e o Iniciador deste, representam a resposta dinâmica aos desafios e provações da vida, sempre avançando e ascendendo. As três linhas-eixo das sefirot, simbolizadas pelos três Patriarcas Hebreus e a corrente de Iniciadores, representam os princípios de harmonia e equilíbrio em um mundo de óbvia dualidade. Aqui está contido o segredo de parte do Pantáculo Martinista com seus dois triângulos entrelaçados criando uma imagem de simetria e equilíbrio.

Outra manifestação relacionada do cordão triplo é a declaração dos Sábios: "O mundo se apóia em três coisas: na Sabedoria , na Força e na Beleza, ou ainda na Caridade , na Fé e na Esperança e finalmente na Providencia, na Vontade e no Destino, uma tríade formada por outra tríade na retificação do mundo.

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