A NECESSIDADE DE UMA LINGUAGEM ESPIRITUAL
Louis Claude de Saint Martin


Assim como os níveis de ação estão disseminados pela Natureza, os germes da ciência estão disseminados pôr todos os homens: só precisamos de uma linguagem análoga ou palavras para comunicar uma com a outra. Se cultivássemos estes germes cuidadosamente, produziriam uma linguagem capaz de transmitir seus frutos a nós; mas somos levados pela impaciência; ao invés de esperar pela frutificação desta linguagem, temos pressa em compor diferentes linguagens para nós mesmos, de acordo com as ciências que praticamos.

Ao mesmo tempo, como estas linguagens são estéreis, diferentes daquela cujo lugar usurparam, não trazem nenhum proveito a nós; elas não tocam os germes dos quais o fruto pode brotar.


Os resultados científicos dos homens terminam, na maior parte, em nossas linguagens faccionais compostas; as ciências humanas geralmente residem na forma externa, não na virtude das palavras; as linguagens científicas não tendo vida em si mesmas, não podem vivificar umas as outras e como não podem vivificar, dão início a disputa e a oposição e acabam destruindo umas as outras.

Desta forma, as ciências propagam a morte que, desde a queda, tem espalhado seu império pôr todos os lados; ao invés disto, deveriam dar continuidade a vida, ou ao Verbo, que desde a grande transformação, não pode dar um passo sem ter que lutar pôr isso. De fato, toda geração, toda vegetação, todo ato restaurador ou operação e até mesmo todo pensamento em direção a região da luz, formam muitas ressurreições e reais conquistas sobre a morte. Aquele que for capaz de penetrar tão longe quanto possível de conceber e sentir a contínua ressurreição do Grande Verbo, irá dar graças, e ficarei surpreso se não se esternecer e perder a fala de tanta admiração. Portanto, qual não será a alegria dos poderes divino, espiritual e celeste, quando conseguirem gerar, no mundo da Verdade e da Luz, um homem semelhante a eles próprios, seu Filho bem-amado!

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