GEMATRIA
Continuação
Sephira quer dizer número, e Sephiroth é simplesmente sua forma plural, ou seja, números ou cifras. A maior interpretação da palavra seria "emanação numérica". Existem dez Sephiroth, que são a forma abstrata dos dez números da escala decimal: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, e 10. Nos altos cálculos matemáticos os números são racionados de maneira abstrata; o mesmo é feito na Qabalah, aonde racionamos a Deidade em sua forma abstrata e numérica, precisamente pelos Sephiroth, SPIRVTh. Desta antiga idéia orientel, Pitágoras derivou seus simbolismos numéricos.
Dentro dos Sephiroth encontramos as atribuições e personalidades
de Deus. Algumas são masculinas, outras são femininas. Por
razões que somente devem ser conhecidas pelos tradutores da Bíblia,
as referencias e as características femininas e masculinas da deidade
foram eliminadas das escrituras. Traduziram um feminino plural em um masculino
singular como no caso da palavra Elohim. Não é possível
negar que eles não sabiam que a palavra era um plural, já
que no Gênesis IV: 26 encontramos: "E Elohim disse, façamos
o homem". E como podiam criar o "homem e mulher a sua imagem e
semelhança" se os Elohim não fossem homens e mulheres!
A palavra Elohim vem da raiz singular ALH, Eloh, a que foi adicionada IM,
que determina o plural masculino, o que indica que os ALHIM tinham uma potência
feminina de expressão masculina, ou seja, a capacidade de regeneração
e reprodução. Ouvimos muito o Pai e o Filho nas religiões
atuais, mas é muito inconstante ouvirmos algo da Mãe. Mas
na Qabalah vemos que o Ancião dos Dias conforma em si mesmo o Pai
e a Mãe, assim se obtém o Filho. Bem, esta Mãe é
Elohim. Vez ou outra ouvimos que o Espírito Santo é masculino,
mas a palavra RVCh, Ruach, Espírito é feminina, como aparece
na passagem de Sepher Yetzirah: "AChTh RVCh ALHIM ChIIM, Achath (feminino,
não como Achad, masculino) Ruach Elohim Chiim: "Una é
o espíritos dos Elohim da vida".
Vemos também que antes que a Deidade se conformasse em masculino
e feminino, os mundos do Universo não podiam subsistir, segundo Gênesis,
antes disso, "a Terra se encontrava sem forma e vazia". Estes
primeiros mundos são simbolizados pelos "Reis que reinaram em
Edom antes que Israel fosse reinada por um Rei", por isso a Qabalah
toca no assunto se referindo a eles como "Reis Edomitas". Este
termo será usado com freqüência ao longo deste trabalho.
Consideremos agora a primeira Sephira, o Número Um, a Monada de Pitágoras.
Neste número se encontra latente os nove restantes. Não se
pode multiplicar e nem dividir; quando é multiplicado ou dividido
por si mesmo permanecem inalterável, por isso ele representa o Pai
de Tudo e de Todos. O um tem dois sentidos de desenvolvimento, o positivo
e o negativo. Em sua imutável unidade somente pode ser considerado
um número, mas em sua propriedade e capacidade de ação
é reconhecido como o primeiro de uma série numérica.
Enquanto que o zero é, inclusive, incapaz de ação,
por isso se converte em existência negativa. E se o um não
pode dividir-se e nem multiplicar-se, de onde nasceu o dois? Por reflexo
de Si Mesmo. O zero é indefinível, mas o um é perfeitamente
definível. E o efeito de uma definição é o formar
de um Eidolon, um paragon, que duplique a imagem da definição.
Assim obtemos uma dyad composta do um e seu reflexo. Agora temos o começo
de uma vibração estabelecida, porque o um vibra alternadamente
entre a definição e a indefinição. Por isso
o Um é o pai de todos os números e uma exata representação
do Pai de todas as coisas.
O nome da primeira Sephira é Kether, KThR, a Coroa. O Nome Divino
atribuído a esta primeira Sephira é aquele que é outorgado
ao Pai no Êxodo, III: 4, AHIH, Eheieh, Eu Sou. Que significa existência.
A primeira Sephira contém as outras nove, e as produz na seguinte
sucessão: O número 2 ou a Dyad. O nome da segunda Sephira
é ChKMH, Chokmah, Sabedoria, uma potência masculina, reflexo
de Kether. Obviamente, está Sephira faz o trabalho do Pai, que se
une a Mãe, o número 3. Esta segunda Sephira está representada
pelos Nomes Divinos IH, Yah, e IHVH, Yehovah, e as hostes angelicais AVPNIM,
Auphanim, as Rodas (Ezek. I). Também é chamada de AB, Ab,
o Pai.
A terceira
Sephira ou Triada, é uma potência passiva e feminina chamada
BINH, Binah, o Entendimento, na mesma altura que Chokmah. Chokmah é
como duas linhas paralelas que nunca se tocam no espaço, e carece
de valor até que com o 3 forme um triângulo. Portanto, com
a terceira Sephira se forma a Trindade Superior. Ela é chamada de
AMA, Ama, Mãe, e AIMA, Aima, a Grande Mãe Produtiva que se
encontra eternamente unida ao Pai, AB, para manter o Universo em ordem.
Ela é a forma mais evidente pela qual podemos conhecer o Pai, e merece
toda dignidade e honra. É a Mãe Suprema, na mesma altura que
Chokmah, a grande forma feminina de Deus, os Elohim, cuja imagem e semelhança
os homens e mulheres foram criados, de acordo com os ensinamentos da Qabalah,
iguais ante Deus. A mulher é igual ao homem, nunca inferior, apesar
dos cristão dizerem que sim. Aima é a mulher descrita no Apocalipse
(cap. XII). Esta terceira Sephira também tem o nome de Grande Mar.
A ela são atribuídos os Nomes Divinos ALHIM, Elohim, e IHVH
ALHIM, Yehovah Elohim, e a ordem angélica ARALIM, Aralim, os Tronos.
Ela é a Mãe Suprema, e nunca deve ser confundida com Malkuth,
a Mãe Inferior, a Esposa, a Rainha. O número 4. A união
da segunda e terceira Sephiroth produzem ChSD, Chesed, Misericórdia
ou Amor, também chamado de GDVLH, Gedulah, Grandeza ou Magnificência.
Uma potência masculina representada pelo Nome Divino de AL, El, O
Poderoso Um e pelos nome angélicos ChShMLIM, Chashmalim, as Flamas
Cintilantes (Ezek. IV: 4). O número 5. Deste é emanada a potência
feminina GBVRH, Geburah, Força, ou DIN, Deen, Justiça. É
representada pelos Nomes Divinos ALHIM GBVR, Elohim Gibor, e ALH, Eloh,
e pelos nomes angélicos ShRPIM, Seraphim (Isa. VI: 6). Esta Sephira
também é
chamada de PChD, Pachad, o Temor.
O número 6. E destas duas nasce a unificante Sephira ThPARTh, Tiphareth,
Beleza ou Ternura, representada pelo Nome Divino de ALVH VDOTh, Eloah Va
Daath, e pelos nomes angélicos de ShNANIM (Salm. LXVIII: 18), ou
MLKIM, Melakim, Reis. Pela união da Justiça e da Misericórdia
obtemos a beleza e a Clemência, completando a segunda Trindade dos
Sephiroth. Esta sexta Sephira, unida aos Sephiroth quatro, cinco, sétima,
oitava e nona, formam o ZOIR ANPIN, Zauir Anpin, o Semblante Menor, o Microprosopus,
a antítese do Macroprosopus, o Semblante Maior, que é um dos
nomes dados a Kether, a primeira Sephira. Os seis Sephiroth que compõem
o Zauir Anpin, são os membros de Kether. Esta sexta Sephira também
é conhecida pelo nome de MLK, Melekh, o Rei. O número 7. A
sétima Sephira é NTzCh, Netzach, a Firmeza ou a Vitória,
correspondendo ao Nome Divino IHVH TzBAVTh, Yehovah Tzabaoth, o Senhor dos
uma Sephira de conexão. Por esta razão, Chokmah tem algo de
feminino, apesar de ser uma
Sephira masculina. A conexão é realizada através do
Ruach, o Espírito, por todos os Sephiroth, como Mezcla, a influência
oculta. Gostaria de fazer algumas notas sobre o significado Qabalístico
de MThQLA, Metheqla, o Balance. Em cada Trindade dos Sephiroth existe uma
dyad de sexos opostos, com uma influência de inteligência como
resultado. Na tríade as potências masculina e femininas são
como duas escadas de balance, e a Sephira que as une, como fruto de sua
união. Ou seja, o término do balance está representado
pela Trindade na Unidade, e a Unidade como ponto central de união
da tríade. Na Árvore da Vida existem três Trindades:
a Superior, a Média e a Inferior. A Superior está representada
por Kether, a Coroa; a Média está representada pelo Rei e
a Inferior pela Rainha, conformando, por sua vez, uma grandiosa Trindade.
E as correspondências terrestres desta serão as mobilidades
primárias, o Sol e a Lua. Então aqui encontramos um simbolismo
alquímico.
Os Sephiroth encontram-se divididos em três pilares. O Direito é o Pilar da Misericórdia, com os Sephiroth Chokmah, Chesed e Netzach. O Esquerdo é o Pilar da Justiça, com os Sephiroth Binah, Geburah e Hod. O do Meio é o Pilar do Equilíbrio, com os Sephiroth Kether, Tiphareth, Yesod e Malkuth. Em seu conjunto e completa unidade os dez Sephiroth representam o ADM QDMVN, Adam Qadmon, o Proto-homem. Evidentemente, a primeira tríade de Sephiroth representam, no homem, o intelecto. Esta tríade recebe o nome de AVLM MVShKL, Olahm Mevshekal, mundo intelectual. A segunda tríade constitui o mundo moral, o AVLM MVRGSh, Olahm Morgash. A terceira tríade representa o poder e a estabilidade, ou seja, o mundo material, OLVM HMVThBO, Olahm Ha-Mevethau. A estes três aspectos chamamos ANPIN, Anpin. Está é a Árvore da Vida, Otz ChIIM, Otz Chaiin, totalmente formada. A primeira tríade repousa sobre a segunda que por sua vez repousa sobre a terceira, de tal maneira que os Sephiroth masculinos encontrem-se na direita, os femininos na esquerda e os quatro Sephiroth de equilíbrio no meio. Esta é a Árvore da Vida Qabalística, de que todas as coisas dependem. Existe uma enorme analogia entre está e a Árvore Yggdrasil dos escandinavos. Eu ressaltei que há uma Trindade que compreende toda a Árvore da Vida e que consiste na Coroa, Rei e Rainha. A partir desta tríade o mundo se formou ou, na lingágem Qabalística, o Universo foi criado pela união do Rei com a Rainha sob a Coroa.
De acordo com a Qabalah, antes que o homem celestial (os dez Sephiroth)
houvesse sido completado, foram criados alguns mundos primordiais que não
puderam subsistir, porque o equilíbrio de seu balance não
era perfeito porque foram desequilibrados pelo antagonismo de suas forças,
o que posteriormente os levou a destruição. Estes mundos primordiais
foram conhecidos como os "Reis do Tempo" e como os "Reis
de Edom que reinaram antes dos monarcas de Israel". Neste sentido,
Edom é o mundo da força desequilibrada e Israel é o
mundo equilibrado dos dez Sephiroth (Gen. XXXVI: 31). Este importante fato
é repetido várias vezes no Zohar. Os Sephiroth também
são conhecidos com Mundo das Emanações, Mundo Arquetípico
ou OVLM ATzLVTH, Olahm Atziluth ou Mundo Atziluth. Deste mundo nasceram
mais três mundos que, assim como este primeiro, também continham
os dez Sephiroth, porém, na gradual descida da Luz.
O segundo mundo é o que chamamos de Briático, OVLM HBRIAH, Olahm Ha-Briah, o Mundo da Criação que conhecemos também como KVRSIA, Kursia, o Trono. Este mundo é a emanação imediata do anterior, Atziluth. Seus dez Sephiroth são um reflexo dos primeiros dez e, portanto, são mais limitados, apesar de, ainda, não existir matéria para se mesclar com eles e assim, restaurar-lhes a pureza. O terceiro mundo é o Yetzirático, OVLM HITzRH, Olahm Ha-Yetzirah, o Mundo da Formação e dos Anjos, que procede de Briah como uma substância menos refinada, mas ainda sem matéria. Neste mundo habitam os Anjos, as Entidades e as Inteligências Incorpóreas de luminosas vestimentas e que adquirem forma ao aparecerem para os homens. O quarto mundo é o Assiático, OVLM HOShIH, Olahm Ha-Asiah, o Mundo da Ação que, igualmente, é chamado de o Mundo dos Cascões, OVLM HQLIPVTh, Olahm Ha- Qliphoth, que é o mundo material, feito dos elementos mais grosseiros dos três mundos anteriores. Neste mundo habitam, além dos homens, os espíritos Maléficos que na Qabalah são chamados de Qliphoth, ou seja, cascões materiais. Os demônios encontram-se classificados em dez classes, possuem suas habitações e suas correspondências. (Veja as tabelas de 777).
Os Demônios são as formas mais grosseiras e deficientes. Possuem dez graus em resposta aos dez Sephiroth, mas de maneira inversa, acrescentando a escuridão e as impurezas a medida que se desce. Os dois primeiros não são mais que a ausência de forma e organização. O terceiro é a habitação da escuridão. Os sete restantes, são a representação dos vícios da humanidade, que são os mesmos que os elevam a vida terrestre. Seu príncipe é Samael, SMAL, o Anjo do Veneno e da Morte. Sua mulher é a prostituta AShTh ZNVNIM, Isheth Zenunim. Sua união é conhecida com A Besta, CHIVA, Chioa. A Trindade Infernal se completa com uma caricatura do Supremo Um Criativo. Samael é considerado como sendo idêntico a Satã. O nome da deidade que chamamos de Jehovah, em hebraico é um nome de quatro letras: IHVH. Sua verdadeira pronúncia é apenas conhecida por alguns. Pessoalmente conheço algumas de suas pronúncias, todavia, sua verdadeira pronúncia é o Arcano dos Arcanos, o Segredo dos Segredos. "Aquele que lograr pronunciar este nome fará com que a Terra e os Céus tremam, porque este nome é o que movimenta o Universo". É por este motivo que um judeu piedoso quando lê as escrituras dá uma pequena pausa ou substitui o nome por ADNI, Adonai, Senhor. O significado radical da palavra é "Ser". É dito que cada uma das transposições rege um signo do zodíaco. Estas são as "doze banderas do Poderoso Nome": IHVH; IHHV; IVHH; HVHI; HVIH; HHIV; VHHI; VIHH; VHIH; HIHV; HIVH; HHVI. Existem outros nome tetragramáticos: AHIH, Eheieh, existência; ADNI, Adonai, Senhor; e AGLA, está ultima não é uma palavra propriamente dita, é um Notaricon da sentença AthH GBVR LOVLM ADNI, Ateh-Gibor Lê-Olahm Adonai, "Tu é poderoso para sempre meu Senhor". Uma breve explicação de AGLA seria: A, o Um, o Primeiro; A, o Um, o Ultimo; G, a Trindade na Unidade; e L, o cumprimento da Grande Obra. IHVH, Jehovah, o Tetragrammaton, contém todos os Sephiroth, com exceção de Kether, e representa especialmente ao Microprosopus, o semblante menos da Grande Trindade da Árvore da Vida e ao Filho em sua encarnação humana. O Filho revela o Pai, ou seja, IHVH, Jehovah revela AHIH, Eheieh. E ADNI, Adonai é a Rainha, a única pela qual o Tetragrammaton pode chamar, sua exaltação é em Binah, correspondendo a assunção cristã da Virgem Maria.
O Tetragrammaton, IHVH, encontra-se referido aos Sephiroth. O ponto superior da letra I, Yod, é referido a Kether; contudo, a letra I representa em si mesma Chokmah, o Pai do Microprosopus. A letra H, He, é referia da Binah, a Mãe suprema; por este motivo é conhecido como o H superior. A letra V, Vau, representa os outros seis Sephiroth conhecidos como os membros do Microprosopus. Finalmente, a letra H, He, ou H inferior, representa Malkuth, a décima Sephira ou a esposa do Microprosopus.
CONTINUA