Esse lugar Sagrado
Não
há missão maior que a de marcar a vida do outro de uma forma
positiva! Deveria ser evidente para todos que a espiritualidade não
repousa sobre a capacidade de desposar um conhecimento obtidos nos livros,
nem em recitar como um gravador as leis conhecidas da vida espiritual. A
espiritualidade reside, ao contrário, na aplicação
sábia e cuidadosa das leis espirituais.
É o adepto que investe suas energias criado um lugar sagrado em si,
um lugar santificado pela compaixão pura. Este estado de consciência
não vem de um desejo pensado, mas desenvolve-se graças a uma
pratica paciente, numa prática elaborada e aperfeiçoada em
seu santuário. Os pensamentos de cólera, de orgulho, de decepção,
de avidez e todos esses estados negativos não podem encontrar santuário
nesse lugar tornado sagrado. Em seu próprio santuário, o grau
no qual cada um domina sua capacidade de perdoar, de perceber sempre os
lados positivos em qualquer experiência, é o mesmo onde o grão
da compaixão se enraíza e cresce, nesse lugar tornado sagrado
no seio da psique. Para aí chegar, proponho-lhe o seguinte exercício:
Primeiramente, imagine que você está completamente só
em um lugar confortável, no qual se sente em perfeita segurança,livre
de qualquer distração possível. Nesse lugar confortável
e seguro, procure lembrar-se de uma experiência desagradável,
talvez mesmo uma lembrança dolorosa. Na medida em que se lembra dessa
experiência desagradável, olhe-a de um ponto de vista liberto
de qualquer paixão, os acontecimentos passando diante de você
como se fossem projetados sobre uma tela, sem que você seja tocado
por seu sentido oculto. Ali, você é unia testemunha e não
um participante da cena. Enquanto a olha, coloque-se a questão: Que
bem pôde vir deste acontecimento? O que isto me deu vontade fazer
ou de me tornar?" Sem negar sua dor, sua cólera ou sua frustração,
pergunte-se se, de fato, você não se tornou uma pessoa melhor,
apesar de tudo!
Se não receber logo a seguir uma resposta satisfatória, não
se desespere. Afinal, estamos tão pouco habituados às respostas
sutis de nosso ser, que é provável que não estejamos
tão receptivos como gostaríamos de estar. No entanto, é
importante aprender a estar atento sem procurar pesar os prós ou
os contras.
Quando tiver recebido sua resposta, guarde a imagem ou as imagens que foram
o instrumento de precipitação em sua experiência dolorosa.
Depois, pergunte-se se essa pessoa ou essas pessoas não participaram
sem querer da sua evolução espiritual. Reflita sobre a possibilidade
de a alegria ou a pena serem para a alma o que o sol e a chuva podem ser
para os grãos que germinam. Depois, perdoe! Perdoe aos que o ofenderam
pelo que eles talvez não tenham desejado conscientemente, mas pelo
que contribuíram, no entanto, para o seu avanço, de maneira
significativa.
Enquanto tenta resolver os fatos dolorosos de sua vida, tente lembrar-se
de seus sonhos e registrá-los. Uma vez convidado a participar de
sua vida de aspirante consciente, o aspecto inconsciente de seu espírito
tentará freqüentemente comunicar suas diretrizes ao espírito
consciente por meio dos sonhos.
Tente também lembrar-se de que o segredo da percepção
do elemento positivo de cada experiência é perceber que os
acontecimentos negativos de sua vida servem de motivação,
enquanto que as lembranças felizes servem de apoio, encorajando-nos
a perseverar. E por isto que o Si, em sua relação cola o Ego,
obedece ao provérbio: "Talvez se avança com o bastão
corno com a vigarice". Talvez seja por isto que alguns adeptos afirmam
que quanto mais dolorosa é a prova, mas feliz será a recompensa.