Cristianismo Esotérico
Marquês de Saint-Yves d'Alveydre



Santo Agostinho e Moisés. - AReTs. - Origem da Palavra Cristianismo. - MEShI-Ha e MeShIaH. - ShaNaH e NaHaSh. - O Bapti. - O IONaH. - A Letra N. - I.N.R.I. - Função de N; suas Relações com IONaH e NaHaSh. - A Queda e suas Conseqüências. - Necessidade da Encarnação do Verbo. - A Geração, - Os Dois Cérebros da Mulher. - A Concepção na Mulher e na Santíssima Virgem. - Mistérios da Mulher. - O Erro de Eva. - O Amos Recíproco do Homem e da Mulher. - A Necessidade de uma Virgem na Encarnação do Meshiah. - A Religião Única Confirmada por Santo Agostinho. - Os Neo-Sabeus. - A Razão Divina e suas Potências no Universo. - A Ação de Jesus Verbo, Shematizada na Substância Humana. - O Mito Solar. - Concordância dos Livros Sagrados. - O Ensino Anticristão; suas Conseqüências. - O Bahou Simbólico. - As Epístolas de São Pedro. - O Humanismo Anticristão; suas Conseqüências. - O Gihen. - Citações de São Lucas. - A Água: sua Função, seu Símbolo. - As Leis Viventes. - O Destino. - A Ontologia Humana; seu Triplo Hierograma. - O SHIN. - Os SHeMAH-IM. - A Energia se Apóia nela Mesma. - A Função dos ALHIM. - O Verbo Criador é Jesus. A Chave do 5. - MAeTa-TRON. - O Nome do Fai Proclama o do Filho. - IG e AG; IGnis e AGni; AGnus Dei.

Se compararmos Santo Agostinho a Moisés, poderemos vislumbrar e perceber o espaço que separa o maior dos teólogos do Cristianismo pós-apostólico de um profeta teológico do Cristianismo patriarcal.
Quando o bispo de Hipona nos disse: "Todos os astros estão ante Deus como uma Terra única", comentou cora muita lucidez o teimo de Moisés: AReTs, a unidade e a universalidade gravitacional, a AsTeR-idad, a astralidade. Mas o Universo visível, o Ciclo astral, não é outra coisa que o caos shematizado. Não é shemátíco por si só, mas pelas Potências das lógicas, de harmonia e de organia que contém o Universo invisível, e dos Céus ondulatórios fluídicos: SheMa-IM, SheMa das ondas enormes, segundo nos narra Moisés, resumindo nisso, como em ludo, seus antecessores MeShIaH-Im, os cristãos patriarcais.
Pois, se nosso glorioso nome de cristãos vem do latim christiam, e este do grego Chrístos, não deixa de ser derivado de MeShIaH-Im, os realistas do Rei dos Céus, e de seu reino subastral, cósmico, solar e zodiacal: ISh-Ra-El, três termos, que em tibetano, em védico, assim como em sânscrito, significam: Senhor-Rei-Terra-Celeste. Christos, realmente, é a tradução em língua vulgar de um dos mais importantes hierogramas da Palavra Sagrada comum a todas as universalidades patriarcais até a divisão das línguas, e até muitos séculos mais tarde. É essa língua que nos transmitiu a palavra MEShI-Ha = 360 por meio do vattan e do védico. Sobre o Selo do Verbo, sobre seu escudo arqueométrico, 360 é o número musical que preside o duplo círculo dos graus. É um dos modos cromáticos do ano luminoso divino - a Eternidade - e de sua correspondência com o ano litúrgico do HâOuR celestial, o tempo sem limites, e depois o ano astral e todos os seus ciclos solares.
O MEShI-Ha, 360, é então o Rei da Glória, o SheM-a dos SheMa-Im, do Ciclo dos Céus fluidos, e do AReTs, a astralidade, e não apenas na Terra, como vislumbrou muito bem Santo Agostinho.


Por intermédio das variações do sânscrito, do zenda, do caldeu, do egípcio e, por último, do hebraico, temos o MeShIa-H = 358. Sobre o Selo do Verbo, este número, 358, preside no diâmetro solsticial, no eixo dos pólos do duplo Universo, ao ano lunar: ShaNaH, 358, é o número das encarnações e dos desencarnes. Seu oposto é NaHaSh, a serpente das gerações, aquela sobre a qual Moisés profetiza que a mulher deveria seguir. Realmente, a Santíssima Virgem Maria pisoteia vitoriosa debaixo dos seus pés a serpente do crescente lunar, escudo astral do anjo anunciador Gabriel, que a exalta em assunção peto MEShI-Ha.
Depois do que precedeu, compreende-se por que os antigos patriarcas dividiram as línguas em prácritos, selvagens ou naturais, e em devanagáricas, idiomas da Cidade divina, da civilização celestial, dito de outro modo, assinaladas sobre a palavra cosmológica do Verbo.
Enquanto a NaHaSh é a oponente do MEShI-aH, é a serpente do Éden, o dragão das Águas-Vivas, celestiais, que conduz a biologia até a fisiologia evolutiva. E a besta mais sutil no campo da extensão substan-cializada pelo ROuaH-ALHIM.
No trabalho dos mistérios patriarcais que eram feitos a partir do trigésimo ano, o Bapti, nas águas fluentes, as mãos juntas sobre o peito, e com os olhos fechados, recebia o Espírito Santo, o ROuaH dos ALHÍM. Quando seus sentidos internos mais íntimos eram abertos dessa forma, com a cabeça voltada para o Sol e os olhos fechados, enxergavam essa Luz Espiritual.


E nesta Luz descia até ele o IONaH, sob a forma de uma pomba (Representação do Espírito Santo), e um NaHaSh em forma da cruz patriarcal ou de bastão cerimonial. São João Batista não recebeu à toa um nome arqueométrico que contém a pomba. Não é o IOHaN do IONaH senão porque o Verbo o havia marcado com a sua Shema, cumprindo-se, assim, a Tora celestial de seu Selo, antes de completar o que havia sido inspirado pela terra.
Na é a letra central e, em Deus, a Potência que preside todos os centros luminosos e solares. É atribuído ao Filho do homem enquanto é Filho de Deus. É assim que, para cumprir com a sua Palavra em todas as línguas sagradas inspiradas por Ela, Jesus terá que colocar na inscrição sobre a sua Cruz as quairo letras I.N.R.I.: em vattan, em védico, sânscrito: I-NRI, Ele, a Humanidade; I-NaRa, Ele, a Alma do Universo; I-Na-Ra-Ya, Ele, o NaRa-Dêva, ou o Homem-Deus.
Tornamos a encontrar novamente, embora menos puros, os traços da Tradição Sagrada da mitologia indo-egípcia de Orfeu e dos outros profetas étnicos. Em Delfos e em Dodona, Apoio, a Serpente Piton, as pombas proféticas, os carvalhos votivos, as águas fluentes dos mananciais e fontes consagradas indicam outras correspondências com a Matesis patriarcal.
O que é o NaHaSh? É uma criatura espiritual que executa seu papel e sua função de passar a alma de sua forma invisível para uma encarnação visível para a sua geração.
A letra N, de IONaH e de NaHaSh, é o foco arqueométrico central e, nas Potências verbais do Verbo, a que homologa ao centro, com seus raios brancos, todos os raios complementares do círculo radiante do infinito, 360; quer dizer da substância luminosa biogenada, distribuída universalmente. Esta casa é o Sol nos SheMa-IM, nos Céus fluidos ondulatórios, antes de estar na astralidade gravitacional. Deste modo, esta última pode desaparecer em uma vibração fundamental do Éter, que não permitiria subsistir nenhum corpo "grave"; porém, os astros seriam, então, transfigurados em substâncias imponderáveis, radiantes, reguladas pela mesmo Shema, e diversamente luminosos, como mostra sua espectroscopia.


A Potência N naturaliza, pois, as almas e suas formas tanto no Universo Invisível como no Visível. No primeiro caso, a Luz é direta; no segundo, é o reflexo por meio da série nos modos musicais que regulam o regime das forças e de seu desdobramento. No primeiro caso, seu único veículo é o Éter dos SheMa-IM; no segundo caso, o mesmo se complica com o dinamismo que desce dos Céus ondulatórios até a astralidade e seu mentalismo suporte das forças e opressor dos gases, condensador e condutor de suas transações lógicas, harmônicas e orgânicas. Enfim, no primeiro caso ele é o IONaH que está em jogo, no segundo, é o NaHaSh.
É assim que, quando a neutralização psíquica se faz somente no NaHaSh, a volta à vida mortal não pode ultrapassar, no melhor dos casos, o ponto do trígono das Águas Vivas, de onde ela desceu sob o sopro do Dragão das gerações. Isso é o que acontece depois da Queda.
Essa viagem das almas é chamada, de acordo com as antigas línguas, de Limbo ou Nirvana, Seio de Abraão ou de Brahma. E esse retomo às águas de sua embriogenia cósmica não tem como resultado mais do que as renovações anuais do tempo, e uma nova embriogenia matricial. É a Queda do mundo do Princípio Eterno, em que as origens temporais da porta divina do Arqueômetro, vai do Solstício Norte em direção à porta lunar dos homens, no Solstício Sul.
Para que aconteça de outra forma, para que o homem possa ser reintegrado às suas origens evolutivas, no principio da involução divina, é necessário que toda a trajetória da substância que o constitui seja novamente "biologizada" pelo próprio princípio, assumindo por caminho descendente, por rebaixamento voluntário, por espírito vivente de sacrifício, os modos invisíveis e visíveis da existência humana.
Daí a encarnação do MeShIa-H, 358, após a descida do mesmo MeShI-Ha, 360. na pureza divina do ROuaH-ALHIM, subordinando de uma Ordem angelical a outra, até a de Gabriel, toda a potência de NaHaSh.
Uma vez mais, este último não é pior, em si, que qualquer criatura invisível ou visível. A luz polarizada e a dos raios calóricos e químicos, infravermelhos e ultravioleta tendendo para o azul não são piores em si mesmas, supondo-se que não possam romper a onda luminosa em que paira o IONaH.
Quando o Deus Vivo disse às espécies invisíveis: "Crescei e multiplicai-vos sobre toda a astralidade", abençoou toda a geração, supondo que ela se cumpra entre os homens, no Espírito Santo dessa bênção. É por isso que o perigo de NaHaSh é o de fazer esquecer a espécie celestial em virtude da individualidade terrestre; a involução pela evolução, a biologia pela fisiologia, a andrologia pela antropologia, a imortalidade pela mortalidade, o princípio pela origem. Seu perigo é o de apresentar a geração como uma fatalidade animal e não como uma cooperação da mulher com todas as potências constituintes do duplo Universo, visível e invisível, com suas correspondências angelicais nos dois cérebros femininos e em sua dupla imaginação. Desses dois cérebros, um é o nervoso, o outro é sangüíneo; um é ideal, o outro é plástico e imediatamente realizador; um é a víscera da cabeça, o outro é o da iluminação.


A mulher realiza o que concebe, não só fisicamente mas, sobretudo, espiritualmente.
Alma dos templos até sua puberdade, a Santa Mãe de Jesus designada por Ele como Verbo, com o nome das Águas Vivas celestiais, ofereceu o incenso aos ALHIM, e comeu seu pão celestial no templo do Deus Vivo. Ela concebeu plasticamente ao Messias Encarnado MeShIa-Ha, 358, porque havia concebido e visto idealmente o Messias, Rei da Glória, MeShI-Ha, 360. Como o viu e o concebeu idealmente? Eis:
Como dissemos e repetimos, o homem possui somente sentidos externos servidos por órgãos do mesmo nome. Esses sentidos não são mais que pontos de apoio epigenéticos e evolutivos para uma dupla série de sentidos internos e íntimos, a metade dos primeiros é evolutiva e a outra metade é involutiva, e os segundos manifestam tão-somente a involução, o Universo biológico e suas Potências.
Os desenvolvimentos possíveis da vida humana são ilimitados, já que poderão voltar a entrar na mesma vida divina por meio de seu mediador, o Verbo, e, suas potências espirituais: ROuaH-ALHIM.
A profanação da mulher pelo homem, e reciprocamente, representa uma Queda formidável dos mais altos modos da vida para os mais baixos, da pomba à serpente, do Espírito Santo à besta sutil, que, sem ser essencialmente impura por si mesma, torna nossa compreensão limitada, de forma que nós não concebemos mais do que ela, e por nossa vontade não amamos mais que a ela.
No primeiro caso, existindo o amor entre o homem e a mulher, estão no ROuaH-ALHIM; no segundo caso, havendo o egoísmo, não necessariamente dos dois, mas de um só, coloca-se por baixo do NaHaSh, em vez de estar por cima dele.
Porém, o mistério se estende ainda mais. A mulher pode situar-se diretamente no Uno, que os egípcios diziam o Mesmo, aquele que é sempre idêntico a si mesmo, o Eterno, ou no Outro, aquele cuja essência é a de mudar de acordo com o curso do tempo. NaHaSh está para o tempo em espiral como RouaH está nos ciclos da eternidade. A falha de Eva, a esposa do patriarca, foi acima de tudo cosmogônica, e se lembrarmos que a pitonisa de Delfos cooperava com o Píton de Apoio, que em seu delírio extasiava seus ouvintes, não é de surpreender que NaHaSh expresse também o gênero de adivinhação que o precede.
A esposa sacerdotal do primeiro patriarca, que controlava as iniciações do Sacro Colégio feminino, forçosamente arrastou em sua Queda todas as formas de vida humana, e reduziu seu sentido à existência temporal.


Existe aí um Mistério e uma transmissão de fundamentos que não têm a ver de nenhuma forma com a negação do amor recíproco do homem e da mulher, com todas as suas conseqüências; pois se acreditássemos nisso, seria como blasfemar contra o Deus da vida e o próprio Espírito Santo. Pelo contrário, esse Mistério combate o perigo de uma grande separação das faculdades iniciáticas. É por essa razão que São Paulo diz: "O homem não está em Nosso Senhor sem a mulher, nem a mulher sem o homem".
A época do maior perigo dessa penetração da substância humana no NaHaSh temporário havia sido solenizada pelos mais antigos ancestrais. Porém, não era o Espírito Santo que estava presente nos Mistérios Orgíacos, era o Outro, que não era dominado pelo Espírito Santo.
Então, somente o MeShI-Ha poderia refazer, como MeShla-H, toda a trajetória divina que vai desde a substância espiritual do homem até a carnal, descendo do seio da divindade por meio de todos os graus de duplo Universo, angelical e astral. E para isso era necessário uma virgem, não só de corpo, mas também de alma, que poderia ser violada sem que o seu corpo deixasse de ser virgem, não levando em consideração a monstruosidade desse atentado. Fazia falta uma virgem de imaginação, de coração, de fato, que não olhasse, não imaginasse, que não concebesse o mal, mas somente a vida verdadeira - IHOH - e sua imagem -IShO-MeShI-Ha.
Em conclusão, a necessidade da encarnação de um único MeShl-Ha nos informa que não existe e não poderá existir mais do que uma religião verdadeira nos Céus, sobre a Terra, sobre todas as Terras; na eternidade, no tempo, de um extremo ao outro dos tempos; e o grande bispo africano não deixa de promulgá-la, por outro lado, com essa clareza de inteligência e essa potência de consciência que o caracterizam. Por quê?
Porque, pelo fato de sua investigação prévia, pela sua peregrinação a todos os centros de iniciação conhecidos - de seu contato, não somente com a racionalidade superficial e tanto mais presunçosa do mundo latino, com a puerilidade sofisticada, problemática e particularmente dialética do mundo grego, mas com a mentalidade atávica mais profunda e mais reflexiva das outras comunhões humanas -, elevou-se desde as planícies até as montanhas do espírito humano.
As relações universais que ele engloba correspondem de fato ao ponto de observação e à orografia dos estudos superiores dos nossos dias. Da mesma forma, a jovem e anárquica mentalidade greco-latina responde pelos nossos ensinamentos secundários e, ó, Superiores. Estes últimos, sem o duplo contrapeso científico e religioso, constituem o que com muita propriedade tinha visto Molière, o Humanismo mais elevado, o Paganismo científico dos novos sabeus, bem piores que os antigos.
Entretanto, à Luz radiante do novo critério científico e religioso, que ignora ou despreza, não poderiam constatar que todo o sistema zodiacal solar, por exemplo, é um modo vibratório da razão divina e de suas potências? Sua lógica, sua harmonia e sua organização she-matizam dessa forma toda a ondulação dinâmica do Éter, do som, da luz, do calor, da eletricidade, do magnetismo e depois de todas as substâncias dinamizadas: gases, líquidos e sólidos. Uma placa vibrante circular manifesta, debaixo do arco de violino, um shema solar zodiacal, por uma qualidade objetiva e que somente tem de humano sua observação, por uma Potência, que é ao mesmo tempo Lógica, Harmonia e Organização, regula as equivalências e as correspondências do número e da forma, como todos os outros sinais da Palavra Cosmogónica.
Pela mesma razão sobre-humana, manifestada nos fatos, na gota d'água, vista por meio do microscópio, mostra-nos a Shema com a qual está marcado todo o Universo visível.
Vibrando sob o número em sua forma, e debaixo do som inaudível desse número, ordena que o grau zero seja seu ponto de congelamento; este círculo é definido primeiramente em um triângulo eqüilátero equivalente ao número 3, depois em estrela hexagonal equivalente ao número 6, depois em dupla estrela hexagonal ou dodecagonal, equivalente ao número 12, e assim é "solarizada" e "zodiacalizada".


A gota d'água, como tudo no céu etéreo de um Sistema Solar, é verbalizada por uma aritmologia correspondente à sua morfologia. É assim que, quando com uma arrogância e uma imprudência que se igualam somente à sua ignorância, nossos Sabeus pseudocientistas se aliam contra a religião, porque acreditam ter achado a mentira do Mito Solar, fariam-nos rir, se não fizessem chorar a Jesus por nossa humanidade governada por uma tal raça.
Em resumo, se Jesus, o Verbo Encarnado, shematizou sua ação na substância humana decaída, escolhendo 12 apóstolos e 72 discípulos e, ainda mais tarde, 360 membros, ele não fez mais que completar sua própria lei lógica, harmônica e orgânica, como Verbo Criador. E não cabe mais à mentalidade da terceira casta do espírito humano, que usa a sua própria tagarelice em ensinamentos contra a Palavra Santa, entender a razão da Razão Suprema.
E se o mesmo Selo arqueométrico marca as obras dos MeShIaHIM, anteriores à Encarnação: Numa, Minos, Orfeu, Moisés, Zaratustra, Fo-Y, Krishna e Manu, que ainda hoje, apesar de sua decrepitude, leva a marca patriarcal da Universidade sede do Brahmanismo, prova-se com isso uma coisa bem diferente do que a inepta conclusão dos párias voluntários do reino, reino supremo da Razão de todas as coisas, como também da consciência que prepara a compreensão delas. Que um desses papagaios de Macróbio se eleve até a função operatória que recobre seu pretendido Mito Solar, até a unidade e a universalidade de ação central e cíclica sobre o Ciclo Humano.
Assim cai de uma vez todo o sistema de interpretação neopagã dos Livros Sagrados de todos os tempos, o alegorismo panteístico e naturalista dos metafísicos, como Fabre d'Olivet. Longe de ser o resultado da vontade individual e da razão subjetiva de uma série de teósofos moderninhos, religiões e livros sagrados concordam com aqueles que compreendem sua sabedoria e sua ciência. Mas a mestria desta concordância pertence somente ao MeShI-Ha, porque somente ele é a religião das religiões.
Oh! Em nossos dias, nossos ensinamentos universitários, vendados e complementados por Macróbio e Dupuis, constituem-se na anti-religião e no anticristianismo a péssima instrução burguesa, política, suplantadora, anti-social e sectária. Ela cumpre sua função diluviana e reabsorvente, embora pestilenta, que os brãmanes chamavam de a Bahou do Caos, a Porca dos Mistérios, a Gastromame dos detritos e dos excrementos da erudição. Trata-se do símbolo que foi reivindicado pelos troianos, e depois deles pelos romanos, na Gcns Jtáia, planejando, assim, diretamente, o caráter que teria a civilização selvagem que fazia oposição aos templos: primeiro como lobo devorador, e a seguir como porca exegética.
E è esta raça que o Profeta e São Pedro descrevem: Ep. 2 Pd 2, 22: "Deste modo, sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito; a porca lavada, ao espojadouro de lama". Pode-se notar neste II, 22, o propósito de oposição ao Verbo apostasiado e das XXII Potências da Palavra Divina, assim renegada e novamente perdida.


Mas o Apóstolo não se limita aí, na Ep. 1 Pd 4, 17: "Porque já é tempo que se comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?". Trata-se aqui das divisões da Igreja em igrejas rivais, da religião em cultos hostis, do Catolicismo em etnias cainitas; em resumo, do Estado Social Cristão em nacionalidades fratricidas. Aqui está a instrução renunciada, que é examinada depois pelo clero. Continua o Apóstolo, Ep. 2 Pd 2, 17: "Estes são fontes sem água, nuvens levadas pela força do vento, para os quais a escuridão das trevas eternamente se reserva".
Ep. 2 Pd 2, 18: "Porque, falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscêncías da carne e com dissoluções aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro".
Ep. 2 Pd 2, 19: "Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos escravos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo".
Existe aqui a advertência que vem esclarecer as regras e as profundas penumbras reservadas aos povos vendados que permitem ser guiados por estes homens cegos da instrução.
Ep. 2 Pd 2, 21: "Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado". Da mesma forma, o Senhor disse a Judas: "Mais lhe havia valido não ter nascido".
Nesse mau humanismo para a Humanidade, existe toda uma diferença entre a regressão e o progresso; o instinto e a inteligência; o pequeno galho selvagem e o enxerto; o pior Paganismo e o Cristianismo, a anarquia por agnosia e o Princípio Divino da razão e da consciência humana.
Consultando novamente o Apóstolo sobre esse tema: Ep. 2 Pd 2, 11: "enquanto os anjos, sendo maiores em força e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor".
Ep. 2 Pd 2, 12: "Mas aqueles, semelhantes a animais sem raciocínio, nasceram para ser presa dos homens que os fazem morrer (os conquistadores e as invasões militares). Atacam com suas blasfêmias aquilo que ignoram (agnosia), e morrerão em conseqüência dos enfrentamentos revolucionários em que se envolvem (anarquia). Receberão a recompensa que merecem por sua iniqüidade".


E esse humanista anticristão realmente um desumanizado; de mente vazia; está castrado do Espírito Santo e sadio de vida e de seu verdadeiro critério: vida celestial, vida terrestre, vida social, vida individual, em todos os graus dessas hierarquias.
Foi esse humanista que, em nome da filosofia, lançou Pitágoras, novo Hércules, às chamas. Foi ele que lançou ao rio Ebro a cabeça sangrenta de Orfeu, novo Abel. Foi ele, enfim, que, depois de haver sacrificado os Profetas sucessores dos ALHIM de Moisés, substituiu a lei social de Deus pela sua própria lei política.
Entre nós, o gênero de Humanismo do qual tratamos foi severamente qualificado por Voltaire como "raça de macacos e de papagaios'.". Era expressar de forma egípcia uma mentalidade de imitação. Pelas leis secretas da assimilação psíquica, pode-se chegar até a possessão infernal, crisíaca, e decair da suposta Filosofia para a Filomania, da tolice racional individual para um delírio racional coletivo, montado pelo espírito dos Demônios antropófagos que os vedas chamam de Rakshasas.
Os brâmanes, depois dos antigos patriarcas devido a observações e experiências, atribuem como morada desses demônios alguns desertos tórridos dos quais precisam um lugar geográfico, correspondente ao seu estado psíquico. É a Gühanna, dos Vedas, o Gihen ou Gihenan, da Bíblia, e complementam: "No deserto dos Shuman, ponto de partida das trombas, dos tufões e dos hábitos mortais do meio-dia". O império destruído do Dahomey havia estado sob esta influência.
Como todos os mistérios, aquele é desvelado no Barith-Ha-Kadoshah: Ha-Bashorah, Ha-Kadoshah, de São Lucas, 8, 27. Observai estes números lunares e mensais: Lu 8, 27-31:
8:27 - "E, quando desceu para a terra, saiu-lhe ao encontro, vindo da cidade, um homem que, desde muito tempo, estava possesso de demônios e não andava vestido nem habitava em qualquer casa, mas nos sepulcros."
8:28 - "E, quando viu a Jesus, prostrou-se diante dele, exclamando e dizendo com alta voz: Que tenho eu contigo Jesus, filho do Deus Altíssimo? Peço-te que não me atormentes." (O Helião de Melquisedec.)
8:29 - "Porque tinha ordenado ao espírito imundo que saísse daquele homem; pois já havia muito tempo que o arrebatava. E guardavam-no preso com grilhões e cadeias; mas, quebrando as prisões era impelido pelos demônios para os desertos."
8:30 - "E perguntou-lhe Jesus, dizendo: Qual é o teu nome? E ele disse: Legião; porque tinham entrado nele muitos demônios."
8:31 - "E rogavam-lhe que os não mandasse para o abismo."
Aqui, como em todas as partes, resplandece a humanidade celestial de Jesus, a do divino modelo, da divina imagem de IHOH, sobre o tipo no qual foi criado o homem no mundo divino, no Aïn-Shoph do Verbo: Aïn, o Anterior, como disse Moisés.
O Verbo Criador e Encarnado satisfaz aos demônios. Graças à sua piedade, passarão da mais terrível prova, a do Fogo, para uma mais doce, a da Água.
8:32 - "E andava pastando ali no monte uma manada de muitos porcos; e rogaram-lhe que lhes concedesse entrar neles; e concedeu-lho."
8:33 - "E, tendo saído os demônios do homem, entraram nos porcos, e a manada precipitou-se de um despenhadeiro no lago e afogou-se."
Quantas coisas podíamos dizer sobre o que foi dito! Em toda a Sabedoria Ancestral, a água é o veículo do espírito, e o espírito que anima tem como correspondência zoomórfica uma pomba aérea e aquosa e o espírito do animal impuro, uma porca. E assim que o nome do Bautista é o da pomba que se pode ler no Arqueômetro na conjunção das letras trígono da Terra dos Viventes, debaixo da linha de horizonte do Triângulo das Águas Vivas.
Esse hierograma é IO unido à letra solar N. E o Ioni cosmogônico dos Vedas e o IO-NaH de Moisés. iOaN, Juan.
Para que possam subir um grau na existência do mundo, que é invisível somente aos olhos semicegos da carne, esses Demônios sabiam que precisavam da graça de Jesus, e a possibilidade de repelir, sobre corpos impuros, o fogo subetéreo que os consumia. Sabiam também que, depois desse sacrifício à Divina Substância, precisavam da água lustrai que somente a divina presença do Senhor vivificava.
E como eram almas de homens, que de algum modo foram infernalizadas pelos seus crimes, sofriam: a piedade divina os perdoou porque eles lhe suplicaram. Ela perdoará da mesma forma o ladrão à direita na cruz.


Mesmo que os filósofos que fabricam Deus e o Universo segundo a sua imagem, em geral não admitem a graça, a piedade e tudo o que de perto ou de longe tem mais a ver com o coração que com o cérebro. Seu ideal subjetivo é uma espécie de impassibilidade desdenhosa das paixões e até do sentimento, já que, passível, voltamos a encontrá-lo também na Psicologia chamada animal e, no fundo, analítica do homem. Esquecem que atrás da passividade que implica o termo paixão existe uma energia mãe, ativa, que expressa o termo afeto, o fogo cujo pensamento é a claridade; mas é surpreendente quando nos encontramos com a abstração em lugar da vida.
Eles teriam deixado morrer ao possesso em supremo ataque de epilepsia, de catalepsia ou de paralisia, porque seus sentidos internos, e com mais razão os sentidos íntimos, estavam fechados; não teriam visto, entendido nem compreendido nada.
Seja o Verbo Criador, Encarnado ou Ressuscitado é a existência da vida eterna e esta vida, em toda a sinergia da sabedoria divina, em toda a energia do divino amor; a existência da vida soberana com seu dom real da graça. Suas Leis diretas não são abstratas, são viventes; são seres criados, existente e subsistentes.
Elas afetam, no Universo visível ou fisiológico, muitos aspectos de equivalência. Um dos últimos é mecânico e de aparente fatalidade. Mas esses decretos viventes da divina liberdade não são nem mais, nem menos que o antigo Fatum, que o Ananké, que o ateísmo, injustamente encarregadas pela Escola Iônica, por Hesíodo e por Homero, do governo dos deuses que são nossos anjos (às vezes nossos demônios), e da ordem universal invisível aos nossos olhos terrestres.
Esse suposto Fatum é, no fundo, um dom do Verbo: Phao, Fa-ri, um dom de graça real outorgado pela Existência Divina ao nada ou ao caos. É um Habeas corpus universal; e a chamada Ananké é, de fato, a providência, a previsão, a provisão dessa mesma graça soberana. Mais ainda, essa carta constitucional da existência divina é livre e aceita eternamente em sua mesma substância, pelos mesmos seres arcangelicais, e esses seres são a palavra vivente do Verbo, como as letras de seu alfabeto psíquico: A-Th.
É por essa razão que São João, lido na língua das XXII letras, em siríaco, ou em hebraico, diz: "O Princípio é o Verbo, e o Verbo é o ATh dos ALHIM"; o que significa que os ALHIM são o Verbo como na ontologia andrônica das funções ou faculdades do ROuaH ao NePheSh, e as do NePheSh ao NiShema.
Tudo isso é lido novamente com objetividade sobre o Arqueômetro. Procuremos nele, por exemplo, os três hierogramas da ontologia humana. Veremos imediatamente todas as suas correspondências no duplo Universo, começando pela divina Trindade, sua héxada e seu centro solar, aquele do Lumen de lumine, ou de qualquer Sol ou coração astral de qualquer coração solar que seja.