A
Luta De Pitágoras Contra A Mentalidade Pagã
Seus Esforços Para A Reconstituição Da Proto-Síntese
Marquês de Saint-Yves d'Alveydre
O Paganismo
no Tempo de Pitágoras. - Resistência das Terceiras Ordens.
- Pitágoras e Aristóteles. - Pitágoras é um
Filósofo? - Seus Mestres. - A Unidade Religiosa Antiga. - As Diferentes
Sínteses; sua Superposição. - Adão. - Menção
de Moisés. - Koush; os Kashidim. - Pitágoras, Peregrino da
Unidade. - Livros de Orfeu. - Thoíth e Thoth. - Nomes do Verbo nas
Duas Primeiras Sínteses. - Pitágoras Repudia o Paganismo.
- Teofania de Pitágoras, - O Orfismo. - O Domínio Noaquida.
- Os OSI-oï. - Pitágoras Destrói seus Próprios
Trabalhos.
O Paganismo filosófico é resultado desta regressão
mental que acabamos de expor há pouco, seguindo a marcha de uma criança
que se torna um letrado e domina a Europa atual, já escravizada na
época de Pitágoras. É contra ele que o grande Iniciado
e as Ordens que fundou de acordo com os planos da síntese órfica
tentaram, em vão, agir como terapeutas sociais, entre as sobras (detritos)
das Terceiras Ordens jônicas e fenícias que haviam corrompido
o espírito e subvertido as antigas organizações da
Grécia e da Itália, dos celto-eslavos e dos pelasgos, das
quais falamos antes.
Esses seculares teólogos laicos, principalmente Pitágoras
e Aristóteles, que se destacaram sobre o fundo banal do seu tempo
como homens de outra raça e de outro Ciclo, vieram dos seus templos
metropolitanos do politeísmo para esforçar-se em debelar uma
dupla praga instalada perpetuamente no seu povo, como a revolução
civil e seu corretivo militar, a guerra. São Paulo, em suas Epístolas
aos romanos, define maravilhosamente a mediocridade da terceira casta mental
e moral e podemos dizer até que estes filósofos a haviam previsto.
A história comprova mais que suficientemente, ó, o quão
refratários permaneceram esses meios à ação
desses homens, a todo espírito hierárquico, a toda a sociologia,
e como somente a segunda raça mental, a dos Estados-Maiores militares,
poderia uni-los em paz forçada.
Esse admirável Pitágoras, que criou a palavra Filosofia no
idioma grego, era um filósofo no sentido em que entendemos o termo
Filosofia: possuir sua própria sabedoria? Um religioso, sim; um fundador
de Ordens, que seja; o São Benito do quase divino Orfeu, bem; porém
um filósofo, é dizer muito, e não é o bastante.
Os chefes das confrarias órficas que naquela época dirigiam
a Grécia e a Itália foram chamados, por muitos séculos,
de teólogos e profetas.. Antes de Pitágoras, Numa tinha sido
um dos enviados à nascente anarquia dos romanos. Era o rei eleito
de um Colégio Sacro etrusco de acordo com os ritos patriarcais. Os
Mestres mediterrâneos do Grande Samien possuíam as mesmas características:
Epimênides; Ferécido, de Siros; Aristeas, de Proconesis; todos
eram teólogos e profetas, o segundo é taumaturgo; o terceiro
é sacerdote. Seu antecessor na Itália, Xenófanes, pai
espiritual dos Eléates, era igualmente teólogo, combateu a
peito aberto o Paganismo dos jônicos e mesmo o seu politeísmo,
como também o dos fenícios.
Além disso, os hierofantes que instruíram Pitágoras
não eram filósofos: Temístocles era grande sacerdotisa
de Delfos; Abaris era sacerdote do Verbo Solar entre os hiperbóreos;
Aristeas, já mencionado; Zalmoxis era o chefe dos sacerdotes trácidas;
Aglaofemo era grão-sacerdote de Lesbetra, etc, etc.
Não mencionamos aqui mais que os chefes dos templos da proto-Grécia,
a Órfica, a Eslava, que se interligam com as federações
celto-eslavas e pelasgas, as quais se remontam à Igreja patriarcal
que Manu e Moisés designam pelos nomes de Koush e Rama.
Mas vamos prosseguir com Pitágoras nas metrópoles iniciáticas
da África e da Ásia. Seus Mestres sacerdotais são:
em Sais, o profeta de Oshi; em Om, Heliópolis; no templo no qual
Moisés, com o nome de Oshar-Sif, tinha sido o profeta de Oshi-Rish
e o iniciador de Orfeu, o profeta Hôn-Ofi. Na Babilônia é
Nazarath (este nome é sugestivo, porque o profeta Daniel, o nazareno,
era então o Grão-Mestre da Escola Sacra dos magos). Na Pérsia,
é o chefe dos neo-zoroastrianos, o Gheber Zarothosh. No Nepal, visitado
também por Lao-Tsé, é o primeiro pandit do Sacro Colégio
de Brahma, depois de Krishna, e antes deste último de IShVa-Ra.
Detemo-nos aqui para mostrar algumas etapas importantes da antiga unidade
religiosa. Esta contava com numerosas sínteses e alianças
superpostas, como segue:
1º A Universal de IShVa-Ra;
2° A Índia das raças morenas e douradas, as de Bharat
e de IShVa-Ra;
3º A Ária conquistadora, a de Pavan, do Hanouman, escrita de
Rama;
4º O sistema de Nareda, que foi aderido à proto-síntese;
5° A brahmânica concordatáría, a de Krishna, fonte
do abrahamismo dos cashidim, sendo estes últimos uma ramificação
dos iyotishikas de Caçi, Cashi. O egipcianismo concordatário
segue os Pouranikas, de Tirohita.
Essa superposição dos sistemas pré e pós-diluvianos,
de seus Ciclos e das suas doutrinas, é quase impossível de
captar em razão da inversão do Selo de AMaTh, que, feito por
Krishna cerca de 3 mil anos antes de Pitágoras, envolve a Palavra
do Verbo BRA-ShITh, do seu ShéMa e do SéPheR. Mas, com o Arqueômetro,
é relativamente fácil de reconhecê-la (a inversão),
e a sobreposição indicada anteriormente se torna então
muito clara.
Moisés chama à proto-síntese a primeira aliança:
Adão, em veda AD-Am, Unidade-Universalidade; e ela se multiplica
em tantas Igrejas étnicas quanto Moisés, seguindo os egípcios,
os caldeus, os brâmanes, os magos, o Kouo-Tsé-Kien do Extremo
Oriente e os Votánidas do Extremo Ocidente, mencionam os patriarcas
até Noé.
Então, começam a deutosíntesis e a segunda aliança
universal. Se tivéssemos que mencionar todos os documentos históricos
dessas duas Igrejas católicas, este livro quase não seria
o bastante para isso. Moisés, que os teve todos sob sua vista, registra
alguns entre eles, com sua habitual precisão, os que concernem, e
interessam hoje mais do que nunca para a vanguarda da raça branca
na Ásia, no Nepal e na Pérsia. A seguir, a tradução
das palavras, extremamente misteriosas e ocultas com uma arte grande, porque
seu fundamento é muito simples, muito real e, sobretudo, sem metáforas,
nem filosofia.
Bereshith, c. VI, vers. 1, 2, 3, 4.
1. "Tendo-se pervertido a Igreja do patriarca Adão, em razão
da multiplicação das raças e da sua mistura, sobre
a face visível (PhaNa-I) da Terra espiritual (ADa-MaH), resultando
na formação de numerosas confrarias de virgens.
2. "Os filhos dos Alhim celestiais amaram estas filhas de Adão.
Tomaram-nas por esposas espirituais, por inspiradas, por Nashim, aquelas
cujo amor os tinha cativado mais em espírito: (B'HaROu, inversão
de BaROu-aH).
3. "Porque os Nephilim* existiram sucessivamente sobre a Terra astral
desses Ya-Mim, Épocas e Ondas luminosas do Yá. Com efeito,
desde que os filhos dos Alhim tinham freqüentado as confrarias virginais
da Igreja de Adão, a aliança ghiborea, a grã Boreal
havia nascido desta inspiração e havia fundado, desde a mais
remota Antigüidade, o Anosh-yá, a corporação masculina
do Yá, o Estado-Maior sagrado de Ha-Shem, do Shema celestial da glória
divina."
Eis a antiga aliança chamada hoje em dia ariana, fundada por uma
reação das virgens inspiradas contra a decadência universal.
Pitágoras não esquecerá, como chefe de Ordens, de agradecer
ao verdadeiro feminismo toda a sua Missão, toda a sua parte legítima
de influência.
Além da aliança citada, porém muitos séculos
depois, temos que mencionar a aliança que data do patriarca Koush
antes da Revolução Nemródica. As metrópoles
orientais, cujos Sacros Colégios tinham como correspondentes todos
os outros centros mais ou menos aderidos à Antiga Ordem, eram: a
capital de Jana-Cadesha; Mithilâ, para a seção das ciências
divinas e humanas chamadas Purânicas, ou Humanidades Santas, e Kashi,
para a seção das ciências chamadas positivas ou iyóticas,
porque a Astronomia, levada até a fisiologia cósmica, era
considerada a síntese dessas ciências.
São dessas épocas históricas que datam, muito antes
de Moisés, as relações sacerdotais da Índia
com o Oriente e o Extremo Oriente, de uma parte, e o Norte da Ásia
e a Europa, incluindo Grécia e Itália, de outra. E por último,
com Egito e Etiópia. Foi de Kashi, hoje em dia Benares, que veio
o Colégio dos Kashidim (literalmente, dado por Kashi), os caldeus.
Era aí também que os magos do velho Irã iam terminar
seus Altos Estudos Iyóticos. Mas, depois do primeiro Zoroastro e
da reputação do culto dos Devas, que considerava como oponente
a velha Ortodoxia, abstiveram-se de Mithilâ, o Grande Colégio
Purânico freqüentado pelos sacerdotes egípcios, cólquidos,
délficos e outros.
Pitágoras era, pois, um religioso, um piedoso peregrino da Unidade
e da Universidade Patriarcal, um fiel de sua dupla revelação
e de seu duplo critério, que estudaremos mais adiante: a vida e a
ciência. A vida, vida eterna, porque sem ela o Thanatismo, que é
a finalidade de todo ser, seria o Princípio da vida, o que é
absurdo. A ciência, não a do homem, mas aquela que antes dele
já estava escrita, com todos os seus feitos, desde o infinitamente
grande até o infinitamente pequeno. A biologia do Universo invisível
e a fisiologia do Universo visível.
À parte disso, escutemos por intermédio dos seus discípulos,
e eles nos dirão se os critérios da verdade são objetivos
ou subjetivos, reais ou metafísicos, vivos ou .mortos, universais
ou singulares.
"A razão humana não tem, por si mesma, mais do que um
valor de conjetura. A ciência e a sabedoria pertencem somente à
Divindade e nós só temos a capacidade de obter esse conhecimento
de acordo com o nosso grau de receptividade."
Essas palavras, a que nos refere Proclo, exalam cheiro de incenso, aos altares
do Verbo, seu Cristianismo Uno e Universal, sua Revelação
descontínua desde os primeiros patriarcas até os de nosso
tempo.
Comecemos pelos altares do Verbo.
É historicamente certo que Pitágoras reconstituiu, graças
ã documentação dos templos, um dos livros de Orfeu:
O Verbo hierático. Dedicou-o à memória desse profeta
eslavo, renovador da Grécia e da Itália patriarcais. Com certeza,
os sacerdotes egípcios conservavam, com o nome de Thoth, livros provenientes
da proto-síntese pré-diluviana do Verbo, e, debaixo do livro
de Thoth, os da Deuto-sínteses pós-diluviana. Não temos
dúvidas de que o fundamento desses livros era comum às Universidades
religiosas da Europa, da África, da Ásia e inclusive da América,
até a revolução política e filosófica
que, em 3100 antes da Encarnação, quebrou esta Santa aliança
e a obrigou a ser ocultada. É indiscutível que entre os títulos
miriônimos do Verbo, disseminados entre essas duas sínteses,
figura desde toda a Antigüidade seu nome direto e invertido; em etíope
ShOu-I, em zenda IOSh, em caldeu IShO, em veda IshVa, em sànscrito
ISOua, em chinês ShOuI e SOul. É o IeShU, Rei dos patriarcas
de nossas liturgias. Esse mesmo nome era o de Moisés, escrito tal
como o do Infante Thermouthis, que foi: M'OShI, dedicado a OShI.
Os Qabbalistas têm toda a razão, quando dizem por hábito
de tradição: o nome de Deus está dentro do de Moisés;
porém eles não podem apresentar as provas disso: elas estão
no que precede.
Nós teremos que voltar detalhadamente sobre todos esses pontos; porém
o que notamos aqui demonstra que o ponto de apoio tomado por Pitágoras
sobre o Verbo nos Templos de Europa e da Ásia é religioso
e não filosófico. Pertence à revelação
universal una e contínua da Igreja e das Igrejas Patriarcais. Dessa
forma, Pitágoras não pôde deixar de repudiar o Paganismo
lônico, seu politeísmo ateu, sua anarquia mental, suas políticas
anti-sociais. E nisso não fez mais que seguir as pegadas de Numa
e de Xenófanes no Ocidente, de Lao-Tsé na China, de Daniel
na Caldéia, de Zaratas na Pérsia. Muito mais ainda, o próprio
Invisível o teria enviado.
Seus biógrafos, gregos e alexandrinos, dizem efetivamente que recebeu
a graça de sua primeira teofania ou sua vocação em
Creta, pelo ano de 550 ou 553. Tinha então alcançado e até
ultrapassado seu trigésimo ano. Estava assim em uma das condições
ritualísticas impostas pelas Igrejas Patriarcais ao segundo nascimento,
o espiritual, para a abertura dos sentidos fisiológicos na biologia
divina, a entrada, pela Porta da Morte, para sua experiência da imortalidade.
Levando o Verbo Encarnado ao cumprimento total de sua própria lei,
como Verbo Criador, observou esse rito no seu retiro no deserto.
Foi assim que Pitágoras teria visto o céu e o Inferno pela
primeira vez, e, nos círculos mais espantosos deste último,
os dois corifeus do Paganismo, os dois magos do Jonismo mediterrâneo:
Hesíodo e Homero, cujos admiráveis cantos haviam deleitado
sua elegante juventude na casa do seu pai, o rico banqueiro de Samos. Desolado,
não ousava acreditar no que seus olhos viam, olhava para esses espíritos
vítimas do Espírito das Trevas, da turba dos Demônios,
da sua luz preta e vermelha. "Por quê?", gritou-lhes. E
eles lhe responderam: "Oh! Por ter maculado a deuses e homens; aos
deuses, por haver-lhes dado como Mestre o Ateísmo, caluniando-os,
mostrando que são corruptos como nós homens; e aos homens,
divinizando seus vícios".
Eis pois uma antinomia perfeitamente resolvida cortada pela raiz pelo espírito
de primeira linha de Pitágoras. De um lado, o profeta Orfeu e o Verbo
Divino cuja santidade é ocultada na sua majestade celestial; de outro
lado, a tagarelice humana nua e crua, notoriamente de sua arte emprestada
à arte sagrada do panteísmo, em que tudo é Deus, com
exceção do próprio Deus, de seu teosofismo, no qual
tudo é divinamente verdadeiro, com exceção da verdade,
e de Amath, o Selo do Verbo eterno, e d'Ele mesmo.
O Orfismo, mil anos antes de Pitágoras, havia sido na Europa um dos
máximos esforços da aliança Templária contra
a invasão da revolução asiática, de seus retóricos,
de seus sofistas, de seus exploradores, de seus políticos suplantadores
e escravistas.
Na época de Moisés e de Orfeu, a Creta das cem cidades tinha
sido reafiliada à Santa aliança dos Templos de Manu e de Menes.
Os curetes eram uma missão sacerdotal dos Kouros celebrados nos poemas
hindus. A Minoa de Minos22 os tinha visto renovar um dos nós górdios,23
símbolos do Orço24 e do Orcus órfico, do juramento
de aliança com Deus. A filosofia e as políticas cortaram facilmente
estes nós sagrados, para desgraça dos povos; somente a religião
poderia refazer a sua paz.
Estes nomes - Mínoa, Minos, Menes, Manu - significam, na língua
do Bereshith: Na-NoaH, a regra, a ortodoxia de Noé. Durante este
tempo, o O-Rifeo, o Ribhou dos Vedantas, o filho dos reis Sármatas
daTrácia, Orfeu, renovava o mesmo prazo no santuário eslavo
e pelasgo de Delfos. É a Daliph egípcia, a Daliph sânscrita.
Em devanagárico,25 Dalapha ou Dalapa expressa um desses lugares santos,
neutralizados, e também um desses tesouros sagrados da aliança.
A mesma observação para Dodona,* uma das Dyomnas do Danu védico
e dos Dodonim de Moisés.
A Grande Soberania Noaquídes, renovando o Adâmica, semeou de
Dalaphas semelhantes a sua marcha sacerdotal de um extremo a outro do planeta.
Na Europa, existiam siríngos26 desse gênero do Cáucaso
até os Pireneus, e o catálogo dessas bibliotecas subterrâneas
era propriedade dos soberanos pontífices metropolitanos. A Cólquida
também teve sua Dalapha, que motivou a expedição órfica
dos Argonautas.27 Este último nome designa uma das antigas épocas
da aliança chamada Arga ou Arka. Seu conselho de vigilância
era chamado de Argus, o cachorro de Pan, de Phanés e do Grande Pan.
Orfeu havia sido encarregado de ser, na Europa, o renovador da Anfictionia
celto-eslavo e pelasga, cuja data vem de Krishna no que concerne ao culto
dos Deuses, dos Devas, dos Alhim, fruto pagão da revolução
das burguesias asiáticas.
Atrás desse neoconcordato, havia-se salvaguardado a antiga ortodoxia
dos OSI-oï, da qual os pontífices de Delfos conservaram, porém,
o Santo Nome. Havia assim mesmo ligado a paz sagrada - na Cólquida,
na Grécia; na Táurida, na Itália; e até na Gália,
na Espanha - aos invasores revolucionários, contidos de século
em século sobre a Europa pela represa oriental dos magos e depois
pelos reis da Pérsia. Seus ensinamentos, registrados na língua
deva e depois na dórica sobre placas de cobre, eram, em cada cidade
central, guardados por famílias nativas que, até mesmo em
Atenas, desfrutavam ainda de grandes prerrogativas no tempo de Pitágoras.
Com maior razão, esses costumes subsistiam ainda na Grécia
e na Itália.
A obra destruída de Orfeu foi, como já dissemos, reconstituída
por Pitágoras, o qual, para selar melhor sua imparcialidade de pensamento,
a submissão de sua própria razão suprema, desprezando
colher os louros fáceis dos jônicos, não escreveu nem
destruiu suas próprias obras para não confiar na essência
delas mais que à memória de seus adeptos. Esse desprezo por
toda a sua doutrina, de todos os sucessos individuais, junto com muitos
outros sinais, faz de Pitágoras um grego sem igual; aproxima-o tanto
dos sacerdotes patriarcais quanto o afasta dos filósofos.
Essa forma de compreendê-lo é a verdadeira, a cristã,
a que temos desenvolvido em nossa primeira Missão.