O Carvão e o Incenso na simbologia Martinista



Em um Templo Martinista geralmente perto da primeira luminária, que faz o vértice superior do triângulo da imagem representativa acima, encontra-se em algumas tradições o carvão onde é depositado o incenso em pedras. O Carvão no incensório é aceso imediatamente depois das três luminárias na maioria dos rituais pós Papus.

Ele é símbolo do fogo escondido. Através do fogo ele percorre as cores da primeira toalha à segunda, do negro ao vermelho, porém só o consegue fazer quando o Mestre, ou livre iniciador o inflama com fogo - relação interessante com a máscara vermelha que usa e que também está presente no altar, antes de se tornar num iniciador também ele usou máscara negra, como o carvão teve que passar pelo processo de combustão para do negro passar ao vermelho iluminado.

Depois do carvão incendiado pela centelha vivificadora (primeira luminária) ele mostra a sua potencialidade extremamente contida, como se uma força espiritual brotasse do seu corpo bruto físico - esta relação também faz lembrar o Corpo Glorioso que temos que manifestar, ele encontra-se actualmente concentrado na matéria mas pode irradiar luz se o (re)activarmos apropriadamente. Sobre ele é aplicado o incenso de mirra, que sobe aos céus, juntamente com as preces, sob a forma de nuvens de aroma.

Coisa que seria impossível de se concretizar se o carvão estivesse apagado ou embrutecido. A analogia deste acto leva-nos a pensar que precisamos desse fogo interior para estabelecer uma real comunicação com as forças superiores, contudo parece que tal facto não pode ser conseguido solitáriamente é preciso que alguém ateie em nós essa chama, cabendo-nos a nós mantê-la controlada, sem explosões ou labaredas, como o próprio carvão o faz e permite que o aroma do incenso se eleve no ar sem queimá-lo abruptamente.