Símbolo E Silêncio


O silêncio é exigido ao iniciado desde a mais alta antiguidade, e tão grande era o valor que os antigos davam a esta virtude, que a divinizaram sob a forma de uma criança com um dedo sobre os lábios, como se ela recomendasse de não falar.


O segredo e o silêncio existiram sempre, inseparáveis, nos antigos mistérios como em todos os sistemas de culto. Achava Aristóteles que as coisas mais difíceis de serem realizadas eram: 1º guardar um segredo; e 2º manter o silêncio. Por isto o silêncio foi exaltado em todas as escolas iniciáticas como eterno dever do homem.


Pitágoras, por exemplo, submetia os seus discípulos a uma prova de silêncio que durava anos. Sabe-se que os iniciados de Elêusis, ao saírem do antro onde se encontrava o leito de Persefone, colocavam um dedo sobre os lábios para significar que a experiência por que tinham passado era inefável.


Assim, do ponto de vista iniciático, considera-se o silêncio como uma virtude essencial, pois, como dizia Carlyle, "o silêncio é o elemento em que se plasmam as grandes coisas para saírem com o tempo à luz meridiana da vida completamente amoldadas e majestosas."


Por isso não é de estranhar que tanto em Ocultismo, como em nossa Fraternidade , o Símbolo seja sempre acompanhado de silêncio. E de fato, pelo silêncio, a alma isola-se do mundo sensorial, tranqüiliza-se, e arreferidas as paixões ela pode contemplar a si mesma.


Por meio do silêncio, o Iniciado consegue exercer domínio completo sobre as palavras. Pode então dedicar-se à meditação e à reflexão silenciosa, quando encontrará, sem dúvida, o sentido oculto dos símbolos.


Pelo domínio de si mesmo e pela reforma do seu caráter, o Iniciado procura regenerar a sua própria personalidade.


Já se afirma em nosso meio que o Segredo não pode ser revelado, até porque ele não pode ser descrito em palavras nem representado em números. O Segredo Martinista está visível em duas linhas, algum pontos e duas letras, que de tão simples, é profundamente complexo.


Aquele que o compreende em profundidade, passa a compreender seu compromisso, sua missão e seu dever, mas não basta saber é necessário aplicar estes conhecimentos.

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